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CONSTANTINE

CONSTANTINE (Constantine, 2005, Warner Bros, 121min) Direção: Francis Lawrence. Roteiro: Kevin Brodbin, Frank A. Cappello, estória de Kevin Brodbin, HQ de Jamie Delano, Garth Ennis. Fotografia: Phillippe Rousselot. Montagem: Wayne Wahrman. Música: Klaus Badelt, Brian Tyler. Figurino: Louise Frogley. Direção de arte/cenários: Naomi Shohan/Douglas A. Mowat. Produção executiva: Gilbert Adler, Michael Aguilar. Produção: Lorenzo Di Bonaventura, Akiva Goldsman, Benjamin Melniker, Lauren Shuler Donner, Erwin Stoff, Michael E. Uslan. Elenco: Keanu Reeves, Rachel Weisz, Tilda Swinton, Dijmon Houson, Gavin Rossdale, Shia LeBeouf, Pruitt Taylor Vince, Peter Stormare. Estreia: 16/02/05

Depois do acachapante sucesso de "X-Men" e "Homem-aranha" qualquer herói de HQ que se preze começou a sonhar em virar protagonista de um filme bem-sucedido. Até mesmo personagens mais cultuados que populares entraram na fila e o resultado é "Constantine", adaptação de um comic book inglês que já chegou às telas debaixo de uma saraivada de críticas dos fãs, que foram principalmente contra a escalação do americano e moreno Keanu Reeves para encarnar a personagem principal, que na versão em papel é britânico e louro. No entanto, como boa parte do público nem sabia que existia a personagem antes que o filme estreasse, a obra de Francis Lawrence não ligou para esses detalhes e acabou se tornando apenas mais um produto de entretenimento bem embalado por efeitos visuais e um orçamento generoso que serve como um eficiente passatempo.

E é como um passatempo que “Constantine” deve ser encarado. Keanu Reeves continua o mesmo apático de sempre na pele do protagonista John Constantine, que segundo o roteiro, tem o dom de se comunicar com seres de outro mundo – no caso, anjos, demônios e afins. Sabendo que está com os dias contados devido a um câncer de pulmão, ele é procurado pela policial Ângela Doodson (Rachel Weisz, menos canastra do que o normal), cuja irmã gêmea acaba de cometer suicídio. Ela pede sua ajuda para provar que algo mais complexo do que o corriqueiro empurrou sua irmã para a morte e os dois acabam se envolvendo em uma trama que envolve a tentativa do filho do próprio demônio de subir à Terra.
        



Apesar de algumas ideias bastante interessantes – como a escalação de Tilda Swinton como o anjo Gabriel – e um visual sujo o bastante para transmitir a sensação de desesperança dos protagonistas, o filme de Lawrence carece principalmente de empatia. Da forma que é interpretado por Keanu Reeves, o herói John Constantine nunca chega a convencer plenamente, seja como detetiva seja com ser humano, mostrando mais uma vez as flagrantes falhas de Reeves como ator. É de se pensar se com outro ator mais talentoso em seu lugar o resultado não teria sido bem mais forte e marcante. Até mesmo o senso de humor negro que o roteiro tenta apresentar sofre com a apatia de seu protagonista.


“Constantine” funciona – e bem – como entretenimento. É bem realizado, tem uma história suficientemente interessante e uma fotografia caprichada – cortesia do veterano oscarizado Phillippe Rousselot. Mas perde a oportunidade tanto de ser um filme inesquecível quanto de começar uma franquia de grandes possibilidades financeiras. Talvez os fãs dos quadrinhos realmente tenham razão quanto à ira despertada pela escalação de Keanu Reeves.

2 comentários:

Alan Raspante disse...

Já tentei ver 1 milhão de vezes, mas eu não posso da primeira cena.

Bússola do Terror disse...

Gostei desse filme, mas acho que deixa a desejar em alguns pontos.
Por exemplo, o confronto entre Gabriel e o diabo eu achei muito rápido. Podia ter sido mais trabalhado.

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